'Temos que tirar de alguém', diz Lula sobre proposta de imposto mínimo de milionários para custear isenção de IR até R$ 5 mil

Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil é promessa de campanha de Lula. Tabela atual tem isenção progressiva até R$ 2,8 mil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (11) que os trabalhadores pagam, proporcionalmente, mais impostos do que pessoas ricas – e que é preciso "tirar de alguém" para viabilizar a isenção do Imposto de Renda Pessoa Física para quem ganha até R$ 5 mil por mês. O presidente deu a declaração ao ser questionado, em entrevista à rádio O Povo/CBN, sobre a proposta em análise pelo governo de criar uma espécie de "imposto mínimo de milionários" para compensar a perda de arrecadação com a mudança na tabela de isenção. "O rico paga proporcionalmente menos imposto do que o trabalhador. Eu acho que nós temos que tirar de alguém. E esse debate, para mim, não tem que ser feito um debate escondido, não. Tem que ser público", afirmou. A isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil é uma promessa de campanha de Lula, que de tempos em tempos reafirma que pretende cumprir o compromisso até o final do mandato, em 2026. Neste ano, o governo estabeleceu, com aval do Congresso, que quem ganha até R$ 2.824 por mês, o equivalente a dois salários mínimos, não paga IR. Imposto de Renda 2024: caí na malha fina, o que fazer agora? Até 2022, o limite de isenção estava em R$ 1.903,98, valor que subiu para R$ 2.640 em maio do de 2023. Lula afirmou que levar o limite até R$ 5 mil é uma questão de "justiça". "Você não pode cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil e deixar os cara que recebem herança que não paga. É apenas uma questão de justiça", disse. "O que nós queremos é o seguinte: é isentar aquelas pessoas até R$ 5 mil e no futuro isentar ainda mais. Na minha cabeça, a ideia é que salário não renda. Renda é o cara que vive de especulação, esse sim deveria pagar Imposto de Renda", acrescentou. Saque-aniversário e crédito consignado Lula também comentou na entrevista o projeto que o governo pretende enviar ao Congresso para terminar com o saque aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e para alterar as regras do empréstimo consignado. A ideia em discussão no Ministério do Trabalho é utilizar a multa rescisória de 40% dos trabalhadores como garantia dos empréstimos consignados, aqueles cujo pagamento é feito com desconto no salário dos funcionários. A expectativa no governo é, via consignado no setor privado, substituir a linha de crédito que os bancos ofertam na antecipação do saque-aniversário. "Acho que os trabalhadores vão concordar de que, se tiverem o consignado, eles não precisam comprometer o seu Fundo de Garantia, porque, hoje, um trabalhador que receber uma parte do Fundo de Garantia, ele não pode retirar nem se for mandado embora, é um absurdo", afirmou Lula. Governo pretende acabar com a modalidade saque-aniversário do FGTS Segundo o presidente, o saque-aniversário tem causado "problema na poupança do Fundo de Garantia", porém o governo "tem a noção de que a gente não pode acabar porque vai mexer com muita gente". Lula afirmou que o tema será discutido e que não há pressa para enviar o projeto ao Congresso. "Tudo isso a gente quer fazer de forma conversada, acordada. Eu não sei se dá para fazer esse ano ainda. É importante que a gente não tenha pressa para não fazer uma coisa errada", disse. O FGTS é direito de toda pessoa com contrato de trabalho formal, trabalhadores domésticos, rurais, temporários, intermitentes, avulsos, safreiros e atletas profissionais. Trata-se de um valor de 8% do salário que é depositado pelo empregador, mensalmente, em nome do funcionário. O saque do FGTS é permitido em situações específicas estabelecidas por lei, como demissão por justa causa, compra da casa própria e doença grave do trabalhador ou de seu dependente. Quem optou pelo saque aniversário, tem regras diferentes.

'Temos que tirar de alguém', diz Lula sobre proposta de imposto mínimo de milionários para custear isenção de IR até R$ 5 mil
Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil é promessa de campanha de Lula. Tabela atual tem isenção progressiva até R$ 2,8 mil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (11) que os trabalhadores pagam, proporcionalmente, mais impostos do que pessoas ricas – e que é preciso "tirar de alguém" para viabilizar a isenção do Imposto de Renda Pessoa Física para quem ganha até R$ 5 mil por mês. O presidente deu a declaração ao ser questionado, em entrevista à rádio O Povo/CBN, sobre a proposta em análise pelo governo de criar uma espécie de "imposto mínimo de milionários" para compensar a perda de arrecadação com a mudança na tabela de isenção. "O rico paga proporcionalmente menos imposto do que o trabalhador. Eu acho que nós temos que tirar de alguém. E esse debate, para mim, não tem que ser feito um debate escondido, não. Tem que ser público", afirmou. A isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil é uma promessa de campanha de Lula, que de tempos em tempos reafirma que pretende cumprir o compromisso até o final do mandato, em 2026. Neste ano, o governo estabeleceu, com aval do Congresso, que quem ganha até R$ 2.824 por mês, o equivalente a dois salários mínimos, não paga IR. Imposto de Renda 2024: caí na malha fina, o que fazer agora? Até 2022, o limite de isenção estava em R$ 1.903,98, valor que subiu para R$ 2.640 em maio do de 2023. Lula afirmou que levar o limite até R$ 5 mil é uma questão de "justiça". "Você não pode cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil e deixar os cara que recebem herança que não paga. É apenas uma questão de justiça", disse. "O que nós queremos é o seguinte: é isentar aquelas pessoas até R$ 5 mil e no futuro isentar ainda mais. Na minha cabeça, a ideia é que salário não renda. Renda é o cara que vive de especulação, esse sim deveria pagar Imposto de Renda", acrescentou. Saque-aniversário e crédito consignado Lula também comentou na entrevista o projeto que o governo pretende enviar ao Congresso para terminar com o saque aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e para alterar as regras do empréstimo consignado. A ideia em discussão no Ministério do Trabalho é utilizar a multa rescisória de 40% dos trabalhadores como garantia dos empréstimos consignados, aqueles cujo pagamento é feito com desconto no salário dos funcionários. A expectativa no governo é, via consignado no setor privado, substituir a linha de crédito que os bancos ofertam na antecipação do saque-aniversário. "Acho que os trabalhadores vão concordar de que, se tiverem o consignado, eles não precisam comprometer o seu Fundo de Garantia, porque, hoje, um trabalhador que receber uma parte do Fundo de Garantia, ele não pode retirar nem se for mandado embora, é um absurdo", afirmou Lula. Governo pretende acabar com a modalidade saque-aniversário do FGTS Segundo o presidente, o saque-aniversário tem causado "problema na poupança do Fundo de Garantia", porém o governo "tem a noção de que a gente não pode acabar porque vai mexer com muita gente". Lula afirmou que o tema será discutido e que não há pressa para enviar o projeto ao Congresso. "Tudo isso a gente quer fazer de forma conversada, acordada. Eu não sei se dá para fazer esse ano ainda. É importante que a gente não tenha pressa para não fazer uma coisa errada", disse. O FGTS é direito de toda pessoa com contrato de trabalho formal, trabalhadores domésticos, rurais, temporários, intermitentes, avulsos, safreiros e atletas profissionais. Trata-se de um valor de 8% do salário que é depositado pelo empregador, mensalmente, em nome do funcionário. O saque do FGTS é permitido em situações específicas estabelecidas por lei, como demissão por justa causa, compra da casa própria e doença grave do trabalhador ou de seu dependente. Quem optou pelo saque aniversário, tem regras diferentes.