Dólar opera em alta após ata do Copom indicar novos cortes de 0,50 ponto nos juros e com exterior negativo

Na véspera, a moeda norte-americana avançou 0,41% nesta segunda, vendida a R$ 4,8946. Cédulas de dólar bearfotos/Freepik O dólar opera em alta nesta terça-feira (8), depois do Banco Central do Brasil (BC) divulgar a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu a Selic, taxa básica de juros, em 0,50 ponto percentual, a 13,25% ao ano. O documento diz que todo o comitê prevê novos cortes de mesma magnitude nos próximos meses, com a melhora nas perspectivas para a inflação. No exterior, o dia é bastante negativo após a divulgação de dados mais fracos da China e com as expectativas de que os Estados Unidos possam passar por uma recessão econômica, notícias que pesam sobre os mercados em nível global. Às 13h40, a moeda norte-americana subia 0,15%, cotada a R$ 4,9018. Veja mais cotações. No dia anterior, o dólar teve alta de 0,41%, vendido a R$ 4,8946. Com o resultado, a moeda passou a acumular: alta de 3,50% no mês; recuo de 7,26% no ano. COMERCIAL X TURISMO: qual a diferença entre a cotação de moedas estrangeiras e por que o turismo é mais caro? DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? Entenda o que faz o dólar subir ou descer O que está mexendo com os mercados? A ata do Copom afirma que é unanimidade entre os membros do comitê a expectativa por novos cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões, avaliando que esse é o "ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista para o processo desinflacionário". O colegiado diz que esse ritmo de quedas une tanto o "firme compromisso" do BC em trazer a inflação de volta para a meta nos próximos anos quanto o "ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções". O último Boletim Focus - relatório do BC que reúne a mediana das projeções dos analistas - mostra uma inflação de 4,84% em 2023, enquanto a meta da instituição é de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%. De acordo com Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, o corte de 0,50 ponto "foi considerado parcimonioso no atual cenário, o que permite que a política monetária continue contracionista por um período ainda longo, garantindo a convergência da inflação para a meta até 2025." A economista destaca que a ata do Copom já afastou a possibilidade de cortes mais expressivos, de 0,75 ponto, nas próximas reuniões, o que vinha sendo projetado pelo mercado. "A ata do Copom trouxe um tom mais duro reforçando o cenário de cautela mesmo com a escolha do corte de 0,50pp. Na avaliação dos riscos que impactam as expectativas de inflação mais longas, qua ainda estão acima da meta, o Copom volta a mencionar o ajuste fiscal, ainda incerto, e possíveis políticas parafiscais, como crédito direcionado, que podem manter a atual desancoragem parcial", pontua Rafaela. Além das expectativas com o rumo da taxa Selic no Brasil, o que pesa contra os ativos de risco e ajuda a desvalorizar o real em relação ao dólar é uma cautela generalizada nos mercados globais, com os investidores receosos com a economia mundial. O analista de investimentos Vitor Miziara destaca três pontos que mexem com os ânimos neste pregão: dados da balança comercial da China mais fracos; rebaixamento da nota de crédito de bancos americanos; decisão da Itália de taxar em 40% os ganhos extras de bancos. 1️⃣ Na China, a balança comercial de julho registrou queda de 14,5% das exportações e de 12,4% das importações, em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo Miziara, esses números refletem um enfraquecimento na atividade da segunda maior economia do mundo. 2️⃣ Nos Estados Unidos, a agência de classificação de riscos Moody's rebaixou a nota de crédito de 10 bancos regionais e atribuiu perspectiva negativa para outros 11, por conta dos lucros menores que o esperado pelo mercado nos balanços corporativos do segundo trimestre de 2023, além de custos maiores. A notícia influencia no mau humor dos investidores e reforça a aversão aos riscos, em meio a uma crescente perspectiva de que o país pode enfrentar uma recessão em breve. 3️⃣ O governo italiano decidiu taxar o que chama de "lucro extraordinário" dos bancos, o que impactou negativamente nas ações do setor bancário no país e em outros locais da Europa, com o medo de que outros governos adotem medidas semelhantes, pontua Miziara. A taxação ocorre porque, segundo o governo, os bancos não estão repassando aos clientes que colocam seu dinheiro na poupança os retornos obtidos com os recentes aumentos nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).

Dólar opera em alta após ata do Copom indicar novos cortes de 0,50 ponto nos juros e com exterior negativo

Na véspera, a moeda norte-americana avançou 0,41% nesta segunda, vendida a R$ 4,8946. Cédulas de dólar bearfotos/Freepik O dólar opera em alta nesta terça-feira (8), depois do Banco Central do Brasil (BC) divulgar a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu a Selic, taxa básica de juros, em 0,50 ponto percentual, a 13,25% ao ano. O documento diz que todo o comitê prevê novos cortes de mesma magnitude nos próximos meses, com a melhora nas perspectivas para a inflação. No exterior, o dia é bastante negativo após a divulgação de dados mais fracos da China e com as expectativas de que os Estados Unidos possam passar por uma recessão econômica, notícias que pesam sobre os mercados em nível global. Às 13h40, a moeda norte-americana subia 0,15%, cotada a R$ 4,9018. Veja mais cotações. No dia anterior, o dólar teve alta de 0,41%, vendido a R$ 4,8946. Com o resultado, a moeda passou a acumular: alta de 3,50% no mês; recuo de 7,26% no ano. COMERCIAL X TURISMO: qual a diferença entre a cotação de moedas estrangeiras e por que o turismo é mais caro? DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? Entenda o que faz o dólar subir ou descer O que está mexendo com os mercados? A ata do Copom afirma que é unanimidade entre os membros do comitê a expectativa por novos cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões, avaliando que esse é o "ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista para o processo desinflacionário". O colegiado diz que esse ritmo de quedas une tanto o "firme compromisso" do BC em trazer a inflação de volta para a meta nos próximos anos quanto o "ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções". O último Boletim Focus - relatório do BC que reúne a mediana das projeções dos analistas - mostra uma inflação de 4,84% em 2023, enquanto a meta da instituição é de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%. De acordo com Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, o corte de 0,50 ponto "foi considerado parcimonioso no atual cenário, o que permite que a política monetária continue contracionista por um período ainda longo, garantindo a convergência da inflação para a meta até 2025." A economista destaca que a ata do Copom já afastou a possibilidade de cortes mais expressivos, de 0,75 ponto, nas próximas reuniões, o que vinha sendo projetado pelo mercado. "A ata do Copom trouxe um tom mais duro reforçando o cenário de cautela mesmo com a escolha do corte de 0,50pp. Na avaliação dos riscos que impactam as expectativas de inflação mais longas, qua ainda estão acima da meta, o Copom volta a mencionar o ajuste fiscal, ainda incerto, e possíveis políticas parafiscais, como crédito direcionado, que podem manter a atual desancoragem parcial", pontua Rafaela. Além das expectativas com o rumo da taxa Selic no Brasil, o que pesa contra os ativos de risco e ajuda a desvalorizar o real em relação ao dólar é uma cautela generalizada nos mercados globais, com os investidores receosos com a economia mundial. O analista de investimentos Vitor Miziara destaca três pontos que mexem com os ânimos neste pregão: dados da balança comercial da China mais fracos; rebaixamento da nota de crédito de bancos americanos; decisão da Itália de taxar em 40% os ganhos extras de bancos. 1️⃣ Na China, a balança comercial de julho registrou queda de 14,5% das exportações e de 12,4% das importações, em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo Miziara, esses números refletem um enfraquecimento na atividade da segunda maior economia do mundo. 2️⃣ Nos Estados Unidos, a agência de classificação de riscos Moody's rebaixou a nota de crédito de 10 bancos regionais e atribuiu perspectiva negativa para outros 11, por conta dos lucros menores que o esperado pelo mercado nos balanços corporativos do segundo trimestre de 2023, além de custos maiores. A notícia influencia no mau humor dos investidores e reforça a aversão aos riscos, em meio a uma crescente perspectiva de que o país pode enfrentar uma recessão em breve. 3️⃣ O governo italiano decidiu taxar o que chama de "lucro extraordinário" dos bancos, o que impactou negativamente nas ações do setor bancário no país e em outros locais da Europa, com o medo de que outros governos adotem medidas semelhantes, pontua Miziara. A taxação ocorre porque, segundo o governo, os bancos não estão repassando aos clientes que colocam seu dinheiro na poupança os retornos obtidos com os recentes aumentos nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).