Projeto de lei com taxação de offshores será enviado nesta sexta ao Congresso, diz Fazenda

Em abril, foi publicada uma MP com a mesma finalidade. Entretanto, como não será votada, perderá a validade. Secretário da Receita diz que taxação atingirá 0,04% dos brasileiros. Offshores são empresas abertas em um país diferente daquele em que o proprietário reside. Secretário da Receita, Robinson Barreirinhas Alexandro Martello/g1 O Ministério da Fazenda informou que um projeto de lei para definir a taxação de offshores será enviado ainda nesta sexta-feira (25) ao Congresso Nacional. A proposta também vai prever a atualização de valores mantidos por brasileiros no exterior. Offshore é uma palavra que significa, em tradução livre, "além da costa" – algo que está fora do território de um país. No caso de empresas, o termo é dado a uma companhia aberta por pessoas, ou até por outras empresas, em um país diferente daquele em que residem ou estão registradas. O projeto vem para substituir Medida Provisória publicada no fim de abril pelo governo, que perderá a validade, porque não será votada pelo Legislativo até 28 de agosto. Polêmica, a MP, quando publicada, representou o início de um conflito com empresários e investidores do mercado financeiro. De acordo com o blog da jornalista Ana Flor, no g1, a medida afeta uma parcela pequena da população, que inclui integrantes do parlamento. Nesta semana, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, publicou um vídeo na internet defendendo a taxação dos recursos mantidos no exterior. Segundo ele, essa taxação abrangerá 0,04% dos brasileiros, ou seja, nas palavras do secretário, "muito pouca gente, que tem milhões de reais no exterior, às vezes mais de R$ 1 bilhão, cada um". "Isso não é aumento da carga tributária, porque o trabalhador paga até 27,5% quando recebe o seu salário. E quando sobra um dinheirinho, e coloca em uma aplicação financeira, você já paga aqui no Brasil, com o Imposto de Renda começando em 15%, é o chamado come cotas, mesmo que você não resgate esse seu investimentos", disse. "O que nós estamos propondo é que essas pessoas que têm centenas de milhões, bilhões de reais, no exterior, comecem a pagar Imposto de Renda como você", completou Barreirinhas. Fundos exclusivos O plano inicial do governo era que a taxação de offshores compensasse a decisão de isentar do Imposto de Renda os contribuintes que recebem até R$ 2.640 mensais. Essa compensação é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Como a Medida Provisória das offshores perdeu a validade, o Ministério da Fazenda articulou com a Câmara dos Deputados o envio de um medida provisória para definir a taxação de fundos exclusivos – para levar fazer essa compensação. Os fundos exclusivos também são conhecidos como "fundos dos super-ricos". O fundo é feito de forma personalizada para o cotista, e o pagamento de imposto ocorre apenas no momento de resgate da aplicação – ponto que o governo pretende alterar. “Essa garantia do reajuste da tabela do IR, vai ser compensada com uma nova MP que trata dos fundos exclusivos no Brasil”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, nesta semana.

Projeto de lei com taxação de offshores será enviado nesta sexta ao Congresso, diz Fazenda

Em abril, foi publicada uma MP com a mesma finalidade. Entretanto, como não será votada, perderá a validade. Secretário da Receita diz que taxação atingirá 0,04% dos brasileiros. Offshores são empresas abertas em um país diferente daquele em que o proprietário reside. Secretário da Receita, Robinson Barreirinhas Alexandro Martello/g1 O Ministério da Fazenda informou que um projeto de lei para definir a taxação de offshores será enviado ainda nesta sexta-feira (25) ao Congresso Nacional. A proposta também vai prever a atualização de valores mantidos por brasileiros no exterior. Offshore é uma palavra que significa, em tradução livre, "além da costa" – algo que está fora do território de um país. No caso de empresas, o termo é dado a uma companhia aberta por pessoas, ou até por outras empresas, em um país diferente daquele em que residem ou estão registradas. O projeto vem para substituir Medida Provisória publicada no fim de abril pelo governo, que perderá a validade, porque não será votada pelo Legislativo até 28 de agosto. Polêmica, a MP, quando publicada, representou o início de um conflito com empresários e investidores do mercado financeiro. De acordo com o blog da jornalista Ana Flor, no g1, a medida afeta uma parcela pequena da população, que inclui integrantes do parlamento. Nesta semana, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, publicou um vídeo na internet defendendo a taxação dos recursos mantidos no exterior. Segundo ele, essa taxação abrangerá 0,04% dos brasileiros, ou seja, nas palavras do secretário, "muito pouca gente, que tem milhões de reais no exterior, às vezes mais de R$ 1 bilhão, cada um". "Isso não é aumento da carga tributária, porque o trabalhador paga até 27,5% quando recebe o seu salário. E quando sobra um dinheirinho, e coloca em uma aplicação financeira, você já paga aqui no Brasil, com o Imposto de Renda começando em 15%, é o chamado come cotas, mesmo que você não resgate esse seu investimentos", disse. "O que nós estamos propondo é que essas pessoas que têm centenas de milhões, bilhões de reais, no exterior, comecem a pagar Imposto de Renda como você", completou Barreirinhas. Fundos exclusivos O plano inicial do governo era que a taxação de offshores compensasse a decisão de isentar do Imposto de Renda os contribuintes que recebem até R$ 2.640 mensais. Essa compensação é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Como a Medida Provisória das offshores perdeu a validade, o Ministério da Fazenda articulou com a Câmara dos Deputados o envio de um medida provisória para definir a taxação de fundos exclusivos – para levar fazer essa compensação. Os fundos exclusivos também são conhecidos como "fundos dos super-ricos". O fundo é feito de forma personalizada para o cotista, e o pagamento de imposto ocorre apenas no momento de resgate da aplicação – ponto que o governo pretende alterar. “Essa garantia do reajuste da tabela do IR, vai ser compensada com uma nova MP que trata dos fundos exclusivos no Brasil”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, nesta semana.