73% dos jovens sem educação básica completa querem voltar a estudar, aponta levantamento
'Não seremos uma nação justa e economicamente forte se permitirmos que dois em cada dez jovens cheguem à vida adulta sem ao menos o ensino médio', alerta Rosalina Soares, especialista da Fundação Roberto Marinho. 7 milhões de jovens de 15 a 29 anos têm vontade de voltar a estudar, segundo pesquisa. Divulgação Dos mais de 9 milhões de jovens fora da escola que não concluíram a educação básica, cerca de 7 milhões ainda têm a intenção de retomar os estudos, o que equivale a 73% do total. É o que mostra a pesquisa Juventudes fora da escola, da Fundação Roberto Marinho e do Itaú Educação e Trabalho divulgada nesta segunda-feira (11). O desejo é maior entre as mulheres (78%), mas também é alto entre os homens (69%). Para a maioria, a vontade é de retornar para o ensino médio técnico, que permite combinar a educação básica com um curso de tecnólogo. “O fato de termos mais de 9 milhões de jovens entre 15 e 29 anos que não frequentam a escola e não concluíram a educação básica revela uma preocupante 'tolerância' da sociedade brasileira em relação à exclusão educacional dos mais vulneráveis", afirma Rosalina Soares, a assessora de pesquisa e avaliação da Fundação Roberto Marinho. Segundo ela, a maioria desses jovens vem de famílias com renda per capita de até 1 salário-mínimo, sendo que sete em cada 10 são negros. "É alarmante constatar que 86% deles já ultrapassaram a faixa etária adequada para frequentar o ensino regular. Enquanto para os jovens das camadas mais privilegiadas é praticamente uma formalidade concluir o ensino médio, para as juventudes mais vulneráveis, a violação do direito à educação não tem recebido o devido cuidado", completa Rosalina. Entre as principais razões apontadas por aqueles que ainda pretendem terminar o ensino médio estão: a perspectiva de melhora da condição profissional, seja para ter um emprego melhor (37%) ou arrumar um emprego (15%), seguido pelo desejo de cursar uma faculdade (28%). "Não seremos uma nação justa e economicamente forte se permitirmos que dois em cada dez jovens cheguem à vida adulta sem ao menos o ensino médio", conclui a especialista da Fundação Roberto Marinho. Ainda de acordo com o levantamento, 77% dos jovens que saíram da escola e pretendem concluir o ensino médio têm intenção de cursar o ensino técnico. Na visão dos pesquisadores, é uma sinalização da importância do preparo para o mundo do trabalho na escola para que os que estão fora retornem à sala de aula. Para Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, a pesquisa reforça a urgência de políticas públicas e iniciativas intersetoriais para garantir educação de qualidade e preparo para o mundo do trabalho para as juventudes. Ana afirma que os dados revelam a questão do mundo do trabalho como central na decisão desses jovens que estão fora da escola, seja na tomada de decisão para interromper os estudos, seja para retomá-los. "Temos o compromisso constitucional de, na escola, formarmos profissionalmente os jovens, para que eles tenham condições de garantir inserção produtiva digna e dar sequência na carreira que desejarem optar. Fortalecer a Educação Profissional e Tecnológica é fundamental nesse sentido, para que os jovens tenham formação adequada e alinhada às tendências do mundo do trabalho, assim como é urgente criarmos condições para que essa parcela da população estude e tenha oportunidades profissionais”, avalia Ana Inoue. Sem vontade de retomar os estudos Apesar de termos 73% do grupo interessado em voltar para a escola, outros 27% dos jovens de 15 a 29 anos sem a etapa de ensino completa (cerca de 2,5 milhões) não têm vontade de voltar a estudar. Os motivos variam entre homens e mulheres, mas os principais são a necessidade de trabalhar (para 40% deles) e a necessidade de cuidar da família (para 35% delas). Outras respostas como falta de vontade ou de tempo e vergonha da própria idade também apareceram como motivos para os jovens não voltarem a estudar (confira na imagem abaixo). Motivos dos jovens para não quererem voltar a estudar. Pesquisa Juventudes fora da escola sem a educação básica, 2024. A pesquisa ouviu mais de 1,6 mil jovens de todo o país, realizou entrevistas em profundidade e contou com grupos de discussões de jovens para chegar aos resultados. A margem de erro é de 3 pontos percentuais. Outros destaques da pesquisa O levantamento, lançado oficialmente nesta terça-feira (12), também traçou um perfil de quem é o jovem de 15 a 29 anos que está fora da escola. Os homens (58%) e negros (70%) são maioria. Ente eles, 43% não chegou nem a concluir o ensino fundamental e 84% trabalham e 69% ocupam algum cargo informal (sem carteira assinada ou vínculo empregatício). Os que têm filhos também são maioria. Entre os homens, 6 a cada 10 são pais. Entre as mulheres, 8 a cada 10 são mães. E quase 8 a cada 10 desses jovens sem educação básica completa possuem renda per capita de até um salário-mínimo por pessoa. Perfil dos jovens fora da escola. Pesquisa Juventudes fora
'Não seremos uma nação justa e economicamente forte se permitirmos que dois em cada dez jovens cheguem à vida adulta sem ao menos o ensino médio', alerta Rosalina Soares, especialista da Fundação Roberto Marinho. 7 milhões de jovens de 15 a 29 anos têm vontade de voltar a estudar, segundo pesquisa. Divulgação Dos mais de 9 milhões de jovens fora da escola que não concluíram a educação básica, cerca de 7 milhões ainda têm a intenção de retomar os estudos, o que equivale a 73% do total. É o que mostra a pesquisa Juventudes fora da escola, da Fundação Roberto Marinho e do Itaú Educação e Trabalho divulgada nesta segunda-feira (11). O desejo é maior entre as mulheres (78%), mas também é alto entre os homens (69%). Para a maioria, a vontade é de retornar para o ensino médio técnico, que permite combinar a educação básica com um curso de tecnólogo. “O fato de termos mais de 9 milhões de jovens entre 15 e 29 anos que não frequentam a escola e não concluíram a educação básica revela uma preocupante 'tolerância' da sociedade brasileira em relação à exclusão educacional dos mais vulneráveis", afirma Rosalina Soares, a assessora de pesquisa e avaliação da Fundação Roberto Marinho. Segundo ela, a maioria desses jovens vem de famílias com renda per capita de até 1 salário-mínimo, sendo que sete em cada 10 são negros. "É alarmante constatar que 86% deles já ultrapassaram a faixa etária adequada para frequentar o ensino regular. Enquanto para os jovens das camadas mais privilegiadas é praticamente uma formalidade concluir o ensino médio, para as juventudes mais vulneráveis, a violação do direito à educação não tem recebido o devido cuidado", completa Rosalina. Entre as principais razões apontadas por aqueles que ainda pretendem terminar o ensino médio estão: a perspectiva de melhora da condição profissional, seja para ter um emprego melhor (37%) ou arrumar um emprego (15%), seguido pelo desejo de cursar uma faculdade (28%). "Não seremos uma nação justa e economicamente forte se permitirmos que dois em cada dez jovens cheguem à vida adulta sem ao menos o ensino médio", conclui a especialista da Fundação Roberto Marinho. Ainda de acordo com o levantamento, 77% dos jovens que saíram da escola e pretendem concluir o ensino médio têm intenção de cursar o ensino técnico. Na visão dos pesquisadores, é uma sinalização da importância do preparo para o mundo do trabalho na escola para que os que estão fora retornem à sala de aula. Para Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, a pesquisa reforça a urgência de políticas públicas e iniciativas intersetoriais para garantir educação de qualidade e preparo para o mundo do trabalho para as juventudes. Ana afirma que os dados revelam a questão do mundo do trabalho como central na decisão desses jovens que estão fora da escola, seja na tomada de decisão para interromper os estudos, seja para retomá-los. "Temos o compromisso constitucional de, na escola, formarmos profissionalmente os jovens, para que eles tenham condições de garantir inserção produtiva digna e dar sequência na carreira que desejarem optar. Fortalecer a Educação Profissional e Tecnológica é fundamental nesse sentido, para que os jovens tenham formação adequada e alinhada às tendências do mundo do trabalho, assim como é urgente criarmos condições para que essa parcela da população estude e tenha oportunidades profissionais”, avalia Ana Inoue. Sem vontade de retomar os estudos Apesar de termos 73% do grupo interessado em voltar para a escola, outros 27% dos jovens de 15 a 29 anos sem a etapa de ensino completa (cerca de 2,5 milhões) não têm vontade de voltar a estudar. Os motivos variam entre homens e mulheres, mas os principais são a necessidade de trabalhar (para 40% deles) e a necessidade de cuidar da família (para 35% delas). Outras respostas como falta de vontade ou de tempo e vergonha da própria idade também apareceram como motivos para os jovens não voltarem a estudar (confira na imagem abaixo). Motivos dos jovens para não quererem voltar a estudar. Pesquisa Juventudes fora da escola sem a educação básica, 2024. A pesquisa ouviu mais de 1,6 mil jovens de todo o país, realizou entrevistas em profundidade e contou com grupos de discussões de jovens para chegar aos resultados. A margem de erro é de 3 pontos percentuais. Outros destaques da pesquisa O levantamento, lançado oficialmente nesta terça-feira (12), também traçou um perfil de quem é o jovem de 15 a 29 anos que está fora da escola. Os homens (58%) e negros (70%) são maioria. Ente eles, 43% não chegou nem a concluir o ensino fundamental e 84% trabalham e 69% ocupam algum cargo informal (sem carteira assinada ou vínculo empregatício). Os que têm filhos também são maioria. Entre os homens, 6 a cada 10 são pais. Entre as mulheres, 8 a cada 10 são mães. E quase 8 a cada 10 desses jovens sem educação básica completa possuem renda per capita de até um salário-mínimo por pessoa. Perfil dos jovens fora da escola. Pesquisa Juventudes fora da escola sem a educação básica, 2024 VÍDEOS DE EDUCAÇÃO