'Vai ficar muito chato se não cortar a taxa de juros', diz economista após resultado do IPCA

De acordo com André Perfeito, o Banco Central pode até ser mais ousado e anunciar uma queda de juros maior do que o esperado. André Perfeito analisa queda da inflação pela primeira vez em 2023 GloboNews O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, caiu 0,08% em junho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do IPCA desacelerou mais uma vez, na sequência de um avanço de 0,23% em maio. De acordo com o economista André Perfeito, a boa notícia pode impactar na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) para fixar a taxa básica de juros na reunião de agosto. "As coisas vão se encaixando e isso tudo vai construindo um bom momento. Joga uma pressão sobre o colegiado do Banco Central, que nos dias 1 e 2 de agosto terá o debate e ficará muito chato se não cortar a taxa de juros, no sentido de que acabaram as possíveis justificativas", diz. De acordo com o especialista, o Banco Central pode ser um pouco mais ousado na próxima reunião e cortar 0,50 ponto. "É a cara dessa diretoria. Eles cortaram mais forte do que esperavam, eles subiram mais forte do que esperavam e deixaram de lado mais tempo do que esperavam. Então, talvez eles possam iniciar um corte mais forte do que se esperava", completa. IPCA O resultado do IPCA desacelerou mais uma vez, na sequência de um avanço de 0,23% em maio. No ano, acumula alta de 2,87%. Já em junho de 2022, o índice teve alta de 0,67%. Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 3,16% na janela de 12 meses. Quatro dos nove grupos do IPCA tiveram queda em junho. O indicador geral foi puxado para baixo especialmente pelos grupos de Alimentação e bebidas (-0,66%), e Transportes (-0,41%). Segundo André Almeida, analista do IBGE, os dois grupos são os "mais pesados" dentro da cesta de consumo das famílias e representam cerca de 42% do IPCA. "A queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho”, explica. Veja o resultado dos nove grupos que compõem o IPCA: Alimentação e bebidas: -0,66%; Habitação: 0,69%; Artigos de residência: -0,42%; Vestuário: 0,35%; Transportes: -0,41%; Saúde e cuidados pessoais: 0,11%; Despesas pessoais: 0,36%; Educação: 0,06%; Comunicação: -0,14%. LEIA MAIS: IPCA cai 0,08% em junho e tem primeira queda em 2023 Mercado financeiro reduz expectativa de inflação em 2023 para 4,95% PIX bate recorde de transações por dois dias seguidos, diz Banco Central

'Vai ficar muito chato se não cortar a taxa de juros', diz economista após resultado do IPCA

De acordo com André Perfeito, o Banco Central pode até ser mais ousado e anunciar uma queda de juros maior do que o esperado. André Perfeito analisa queda da inflação pela primeira vez em 2023 GloboNews O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, caiu 0,08% em junho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do IPCA desacelerou mais uma vez, na sequência de um avanço de 0,23% em maio. De acordo com o economista André Perfeito, a boa notícia pode impactar na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) para fixar a taxa básica de juros na reunião de agosto. "As coisas vão se encaixando e isso tudo vai construindo um bom momento. Joga uma pressão sobre o colegiado do Banco Central, que nos dias 1 e 2 de agosto terá o debate e ficará muito chato se não cortar a taxa de juros, no sentido de que acabaram as possíveis justificativas", diz. De acordo com o especialista, o Banco Central pode ser um pouco mais ousado na próxima reunião e cortar 0,50 ponto. "É a cara dessa diretoria. Eles cortaram mais forte do que esperavam, eles subiram mais forte do que esperavam e deixaram de lado mais tempo do que esperavam. Então, talvez eles possam iniciar um corte mais forte do que se esperava", completa. IPCA O resultado do IPCA desacelerou mais uma vez, na sequência de um avanço de 0,23% em maio. No ano, acumula alta de 2,87%. Já em junho de 2022, o índice teve alta de 0,67%. Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 3,16% na janela de 12 meses. Quatro dos nove grupos do IPCA tiveram queda em junho. O indicador geral foi puxado para baixo especialmente pelos grupos de Alimentação e bebidas (-0,66%), e Transportes (-0,41%). Segundo André Almeida, analista do IBGE, os dois grupos são os "mais pesados" dentro da cesta de consumo das famílias e representam cerca de 42% do IPCA. "A queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho”, explica. Veja o resultado dos nove grupos que compõem o IPCA: Alimentação e bebidas: -0,66%; Habitação: 0,69%; Artigos de residência: -0,42%; Vestuário: 0,35%; Transportes: -0,41%; Saúde e cuidados pessoais: 0,11%; Despesas pessoais: 0,36%; Educação: 0,06%; Comunicação: -0,14%. LEIA MAIS: IPCA cai 0,08% em junho e tem primeira queda em 2023 Mercado financeiro reduz expectativa de inflação em 2023 para 4,95% PIX bate recorde de transações por dois dias seguidos, diz Banco Central