Investimentos em inovação são o forte do setor farmacêutico
Mesmo em momentos de grande recessão, as grandes empresas farmacêuticas em todo o mundo continuam fazendo grandes investimentos tecnológicos e no desenvolvimento de novas drogas. Inclusive, esse é o 2º setor brasileiro que mais investe em inovação, com 62% das empresas priorizando aplicações em tecnologia – atrás apenas da área de bens de consumo (67%). Os dados são do ranking Valor Inovação Brasil 2018.
“Quando olhamos para frente, a coisa fica ainda mais representativa na medida em que a população envelhece. Existe aí uma corrida muito grande por inovação, a chamada ciência da vida, aquela que não só leva à cura de algumas doenças, mas também permite maior qualidade de vida convivendo com enfermidades”, pontua João Camargo, presidente da Esfera Brasil.
De acordo com cálculo do Centro Tufts, base de estudo de investimento em desenvolvimento de drogas nos Estados Unidos, o maior gasto médio em pesquisa e criação de novos medicamentos pela indústria farmacêutica global – considerando que o tempo da pesquisa básica até o teste clínico gira em torno de 10 anos -, em 2019, foi de aproximadamente R$ 180 bilhões de dólares.
Entretanto, essa produção precisa chegar a quem mais precisa dela, a população. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que mais de 70% dos brasileiros dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamentos. Isso representa cerca de 150 milhões de pessoas, porém os dados são de 2019, ou seja, antes da pandemia.
Portanto, ampliar o acesso a medicamentos e produtos para saúde considerados estratégicos para o SUS, por meio do fortalecimento do complexo industrial do país, pode melhorar a vida de milhões de brasileiros, conforme Camargo.
Para auxiliar nesse processo, existem as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), um instrumento governamental que se pauta na parceria estratégica entre órgãos públicos e privados para garantir a internalização da produção e o desenvolvimento da tecnologia em território nacional.
“Os meios de implementação e as parcerias para o desenvolvimento sustentável são vitais para o crescimento das nações”, ressalta o presidente da Esfera Brasil.
Discussões do setor farmacêutico brasileiro
Nesta terça-feira (13/9), autoridades do setor farmacêutico brasileiro se reúnem no Fórum Saúde Brasil, organizado pela Esfera Brasil, para discutir importantes pautas que impactam a vida de muitos brasileiros.
Ampliar a oferta de medicamentos e novas tecnologias no mercado brasileiro é uma delas. Inclusive, já esteve em discussão, por meio da consulta pública SEAE nº 2/2021. Proposta pelo Ministério da Economia, ela previa alterar a regulação da Resolução 2/2004 da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Segundo Camargo, o debate sobre a necessidade de haver mudanças nessa etapa regulatória que antecede a comercialização de qualquer medicamento já se arrasta há anos. No entanto, o foco da indústria farmacêutica é que a proposta melhore a regulação.
“Atualmente, o principal objetivo é chegar em um modelo de precificação de medicamentos que ajude o setor a funcionar com pesquisa, concorrência e desenvolvimento da indústria nacional. Dar um preço de entrada completamente dissociado da realidade inviabiliza a comercialização, porque isso impacta o mercado global, já que todo o mundo referencia outros países na regra de preços”, apontou.
Fonte: https://www.metropoles.com/conteudo-especial/investimentos-em-inovacao-sao-o-forte-do-setor-farmaceutico