Decisão de manter Selic a 10,50% mostra independência de Gabriel Galípolo, indicado por Lula, no Copom
Decisão de manter Selic a 10,50% mostra independência de Gabriel Galípolo, indicado por Lula, no Copom
Atual diretor de política monetária do Banco Central é cotado pelo presidente para ser o substituto de Campos Neto. Em decisão unânime, comitê interrompeu ciclo de cortes da taxa básica de juros. Decisão de manter Selic a 10,50% ao ano mostra independência de Gabriel Galípolo
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano mostra a independência de Gabriel Galípolo, indicado por Lula, dentro do comitê. O nome do diretor de política monetária do Banco Central é cotado pelo petista para substituir Campos Neto, o atual presidente, que tem mandato até 31 de dezembro deste ano.
A decisão em manter a taxa básica de juros em 10,50% foi unânime: 9 votos a 0.
As leituras do mercado, a partir de agora, vão precisar considerar essa unanimidade. Galípolo, no dia seguinte à fala do presidente da República, que disse que "o comportamento do Banco Central é a única 'coisa desajustada' que há no país", vota pela manutenção da Selic. Isso é sinal de independência.
Portanto, quem no mercado financeiro fizer a avaliação de que uma gestão com o Galípolo à frente será influenciável pelo governo, terá que se lembrar dessa reunião do Copom, porque foi uma decisão difícil para ele tomar.
Além disso, o mercado precisa avaliar que a decisão foi unânime, mostrando que o comitê, que tem indicados por Lula, não faz o que o governo quer. O comitê faz o que entende ser o melhor para o controle da inflação.
Na última reunião, quando a decisão pelo corte da Selic foi dividida, isso foi muito mal interpretado pelo mercado. Então, houve um cálculo na reunião desta terça-feira para evitar novamente essa leitura.
Quem participa do Copom?
O Copom é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia.
A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação. A taxa influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações.
Expectativa do mercado
Desde a semana passada, o mercado financeiro deixou de estimar um corte na taxa básica de juros na reunião do Copom de junho. Até então, as instituições financeiras projetavam uma redução de 0,25 ponto percentual no juro básico, para 10,25% ao ano -- estimativa que foi abandonada.
O relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central, ouviu mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia.
O resultado mostrou que a maioria dos bancos também deixou de estimar corte nos juros no restante deste ano. A projeção é que a taxa fique estável em 10,50% ao ano até o fim de 2024.
Reuniões restantes em 2024
O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para definir o patamar da Selic. Em 2024, o colegiado vai se reunir mais quatro vezes:
30 e 31 de julho
17 e 18 de setembro
5 e 6 de novembro
10 e 11 de dezembro
Atual diretor de política monetária do Banco Central é cotado pelo presidente para ser o substituto de Campos Neto. Em decisão unânime, comitê interrompeu ciclo de cortes da taxa básica de juros. Decisão de manter Selic a 10,50% ao ano mostra independência de Gabriel Galípolo
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano mostra a independência de Gabriel Galípolo, indicado por Lula, dentro do comitê. O nome do diretor de política monetária do Banco Central é cotado pelo petista para substituir Campos Neto, o atual presidente, que tem mandato até 31 de dezembro deste ano.
A decisão em manter a taxa básica de juros em 10,50% foi unânime: 9 votos a 0.
As leituras do mercado, a partir de agora, vão precisar considerar essa unanimidade. Galípolo, no dia seguinte à fala do presidente da República, que disse que "o comportamento do Banco Central é a única 'coisa desajustada' que há no país", vota pela manutenção da Selic. Isso é sinal de independência.
Portanto, quem no mercado financeiro fizer a avaliação de que uma gestão com o Galípolo à frente será influenciável pelo governo, terá que se lembrar dessa reunião do Copom, porque foi uma decisão difícil para ele tomar.
Além disso, o mercado precisa avaliar que a decisão foi unânime, mostrando que o comitê, que tem indicados por Lula, não faz o que o governo quer. O comitê faz o que entende ser o melhor para o controle da inflação.
Na última reunião, quando a decisão pelo corte da Selic foi dividida, isso foi muito mal interpretado pelo mercado. Então, houve um cálculo na reunião desta terça-feira para evitar novamente essa leitura.
Quem participa do Copom?
O Copom é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia.
A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação. A taxa influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações.
Expectativa do mercado
Desde a semana passada, o mercado financeiro deixou de estimar um corte na taxa básica de juros na reunião do Copom de junho. Até então, as instituições financeiras projetavam uma redução de 0,25 ponto percentual no juro básico, para 10,25% ao ano -- estimativa que foi abandonada.
O relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central, ouviu mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia.
O resultado mostrou que a maioria dos bancos também deixou de estimar corte nos juros no restante deste ano. A projeção é que a taxa fique estável em 10,50% ao ano até o fim de 2024.
Reuniões restantes em 2024
O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para definir o patamar da Selic. Em 2024, o colegiado vai se reunir mais quatro vezes:
30 e 31 de julho
17 e 18 de setembro
5 e 6 de novembro
10 e 11 de dezembro