Cinco pessoas desaparecem todos dias no ES; 755 casos já foram registrados até maio
Levantamento da Polícia Civil mostra que a maioria dos desaparecidos é homem e tem de 18 e 60 anos; Entre os motivos que podem motivar aos desaparecimentos estão dívidas, envolvimento com o tráfico de drogas ou desentendimentos familiares. Piloto Maike Estefaneli Barcelos e empresário Douglas Lana Reprodução/TV Gazeta Até maio deste ano, 755 pessoas desapareceram no Espírito Santo. Os índices da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) mostram que o número equivale a cinco pessoas desaparecidas todos os dias e uma média de 150 por mês no estado. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Ainda de acordo com o levantamento da Polícia Civil, a maioria dos desaparecidos é homem, tem entre 18 e 60 anos, e entre os motivos que podem motivar os desaparecimentos são diversos: dívidas, envolvimento com o tráfico de drogas ou desentendimentos familiares. Dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam que foram registrados 1.597 desaparecimentos em território capixaba em 2020, e 1.741 em 2021. Segundo a Sesp, o número cresceu para 1.969 em 2022. ???? Entre para a comunidade do g1 ES no WhatsApp e receba nossas notícias Ocorrência pode ser registrada antes das 24 horas Para quem tem um familiar desaparecido, a Polícia Civil afirma que não é necessário esperar 24 horas desde o desaparecimento para registrar uma ocorrência, como explica o titular da Delegacia Regional de Linhares, delegado Fabrício Lucindo. “O quanto antes procurar a delegacia de polícia, registrar a ocorrência, trazer a foto do desaparecido e todas as informações que possam levar a polícia a encontrá-lo”, destaca. A corporação garante que, assim que a ocorrência é registrada, as investigações já são iniciadas. “A Polícia Civil tem vários recursos de inteligência, várias modalidades de investigação em que a gente consegue, em muitos casos, esclarecer e localizar as pessoas que estão desaparecidas”, afirma Lucindo. Famílias vivem apreensão Uma das famílias que convive com a apreensão de ter um ente desaparecido é a do jovem Victor Hugo Rodrigues Viana, de 19 anos. Natural da Bahia, ele estava em Linhares, no Norte do Espírito Santo, trabalhando em uma lavoura de café. Victor Hugo Rodrigues, de 19 anos, desaparecido em Linhares Reprodução Victor avisou aos familiares que voltaria para Porto Seguro, no estado baiano, mas esse retorno nunca ocorreu. “Os dias têm sido terríveis, porque eu não tenho nenhuma notícia”, contou Emanuele Vitória Rodrigues, mãe do jovem, à TV Gazeta. Outro caso no estado é o de Douglas Lana, de 30 anos, desaparecido desde 2018, quando ele e o amigo Maike Stefanelli Barcelos, da mesma idade, foram para a Bahia em um asa-delta motorizado, mas sumiram durante a viagem. “Ele tinha uma carreira, profissão, estava muito bem profissionalmente. Ele não teria motivo nenhum para desaparecer, era um menino amoroso, muito família, carinhoso, e jamais faria alguma coisa assim, de sumir”, contou Cirene Maria Siqueira Lana, mãe de Douglas. “Muito triste. Fica aquela sensação de que ele está viajando, mas daqui a pouco dá aquele ‘estalo’: não, não está. É muito difícil”, contou. A mesma dor é vivida pelo lanterneiro Billy Graham. Segundo o profissional, o irmão Eronildes desapareceu em dezembro de 2022. "Não é fácil, é irmão da gente, é sangue. E a gente fica na expectativa dele aparecer. Passa muita coisa na cabeça... Às vezes, a gente pensa que ele está morto. Pensa que ele está vivo. É um negócio que fica o tempo todo martelando em nossa cabeça", disse Billy. Billy e o irmão Eronildes, que desapareceu no ES. Lanterneiro fez a ocorrência e tenta achar o irmão. Reprodução/TV Gazeta Segundo o lanterneiro, Eronildes era catador de materiais recicláveis e morava em Vila Nova de Colares na Serra, na Grande Vitória. Há cinco anos, ele se separou da ex-mulher, momento em que entrou em depressão. Billy disse ainda que Erolnildes ficava alguns dias sumido, mas nunca ficou tanto tempo sem dar notícias. Desde o desaparecimento do irmão, o lanterneiro disse que se divide entre o trabalho e a busca por Eronildes. "Já rodei Vila Nova de Colares, Manguinhos, Feu Rosa, Jacaraípe. Atravessei a ponte, fui à Praia Grande...Pensa que é fácil todo dia lembrar do cara?!", disse. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Levantamento da Polícia Civil mostra que a maioria dos desaparecidos é homem e tem de 18 e 60 anos; Entre os motivos que podem motivar aos desaparecimentos estão dívidas, envolvimento com o tráfico de drogas ou desentendimentos familiares. Piloto Maike Estefaneli Barcelos e empresário Douglas Lana Reprodução/TV Gazeta Até maio deste ano, 755 pessoas desapareceram no Espírito Santo. Os índices da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) mostram que o número equivale a cinco pessoas desaparecidas todos os dias e uma média de 150 por mês no estado. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Ainda de acordo com o levantamento da Polícia Civil, a maioria dos desaparecidos é homem, tem entre 18 e 60 anos, e entre os motivos que podem motivar os desaparecimentos são diversos: dívidas, envolvimento com o tráfico de drogas ou desentendimentos familiares. Dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam que foram registrados 1.597 desaparecimentos em território capixaba em 2020, e 1.741 em 2021. Segundo a Sesp, o número cresceu para 1.969 em 2022. ???? Entre para a comunidade do g1 ES no WhatsApp e receba nossas notícias Ocorrência pode ser registrada antes das 24 horas Para quem tem um familiar desaparecido, a Polícia Civil afirma que não é necessário esperar 24 horas desde o desaparecimento para registrar uma ocorrência, como explica o titular da Delegacia Regional de Linhares, delegado Fabrício Lucindo. “O quanto antes procurar a delegacia de polícia, registrar a ocorrência, trazer a foto do desaparecido e todas as informações que possam levar a polícia a encontrá-lo”, destaca. A corporação garante que, assim que a ocorrência é registrada, as investigações já são iniciadas. “A Polícia Civil tem vários recursos de inteligência, várias modalidades de investigação em que a gente consegue, em muitos casos, esclarecer e localizar as pessoas que estão desaparecidas”, afirma Lucindo. Famílias vivem apreensão Uma das famílias que convive com a apreensão de ter um ente desaparecido é a do jovem Victor Hugo Rodrigues Viana, de 19 anos. Natural da Bahia, ele estava em Linhares, no Norte do Espírito Santo, trabalhando em uma lavoura de café. Victor Hugo Rodrigues, de 19 anos, desaparecido em Linhares Reprodução Victor avisou aos familiares que voltaria para Porto Seguro, no estado baiano, mas esse retorno nunca ocorreu. “Os dias têm sido terríveis, porque eu não tenho nenhuma notícia”, contou Emanuele Vitória Rodrigues, mãe do jovem, à TV Gazeta. Outro caso no estado é o de Douglas Lana, de 30 anos, desaparecido desde 2018, quando ele e o amigo Maike Stefanelli Barcelos, da mesma idade, foram para a Bahia em um asa-delta motorizado, mas sumiram durante a viagem. “Ele tinha uma carreira, profissão, estava muito bem profissionalmente. Ele não teria motivo nenhum para desaparecer, era um menino amoroso, muito família, carinhoso, e jamais faria alguma coisa assim, de sumir”, contou Cirene Maria Siqueira Lana, mãe de Douglas. “Muito triste. Fica aquela sensação de que ele está viajando, mas daqui a pouco dá aquele ‘estalo’: não, não está. É muito difícil”, contou. A mesma dor é vivida pelo lanterneiro Billy Graham. Segundo o profissional, o irmão Eronildes desapareceu em dezembro de 2022. "Não é fácil, é irmão da gente, é sangue. E a gente fica na expectativa dele aparecer. Passa muita coisa na cabeça... Às vezes, a gente pensa que ele está morto. Pensa que ele está vivo. É um negócio que fica o tempo todo martelando em nossa cabeça", disse Billy. Billy e o irmão Eronildes, que desapareceu no ES. Lanterneiro fez a ocorrência e tenta achar o irmão. Reprodução/TV Gazeta Segundo o lanterneiro, Eronildes era catador de materiais recicláveis e morava em Vila Nova de Colares na Serra, na Grande Vitória. Há cinco anos, ele se separou da ex-mulher, momento em que entrou em depressão. Billy disse ainda que Erolnildes ficava alguns dias sumido, mas nunca ficou tanto tempo sem dar notícias. Desde o desaparecimento do irmão, o lanterneiro disse que se divide entre o trabalho e a busca por Eronildes. "Já rodei Vila Nova de Colares, Manguinhos, Feu Rosa, Jacaraípe. Atravessei a ponte, fui à Praia Grande...Pensa que é fácil todo dia lembrar do cara?!", disse. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo