Censo do IBGE: Conheça a Aldeia Sapukai, única de Angra dos Reis e maior do estado do RJ

Aldeia fica a cerca de seis quilômetros da BR-101, em uma área montanhosa e cercada por Mata Atlântica. Comunidade é formada por 339 indígenas da tribo guarani, diz Censo do IBGE. Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, tem a maior aldeia indígena do estado: a Sapukai. Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE nesta segunda-feira (7), a comunidade é formada por 339 indígenas da tribo guarani. Crianças da Aldeia Sapukai, a única de Angra dos Reis Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis A aldeia fica localizada a cerca de seis quilômetros da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), no bairro Bracuí, em uma área montanhosa, cercada por Mata Atlântica e que ocupa aproximadamente 2.200 hectares. De acordo com o doutor em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor da disciplina no curso de licenciatura do Colégio Pedro ll, Luís Rafael Araújo Corrêa, o nome "Sapukai", no idioma Guarani M'byá, "significa socorro e está relacionado à preocupação dos indígenas com a ocupação de lugares que eles consideram sagrados". Angra de Paraty concentram maioria dos indígenas na região A chegada dos guaranis em Angra dos Reis tem início na década de 1950 e foi motivada por questões religiosas. "Esta aldeia é em grande parte fruto do processo migratório de indígenas Guarani M'byá, que no Rio de Janeiro tem início na década de 1950. Eles são provenientes do sul do Brasil e associam essa migração à busca da 'Terra sem Mal', que na cultura desta etnia seria o lugar ideal, perfeito, e que se localizaria além do mar", explica Luís Rafael. Criança da Aldeia Sapukai, a maior do estado do RJ Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis Segundo o doutor, a luta pela demarcação das terras da Aldeia Sapukai teve início na década de 1980, sendo conquistada em 1994. No ano seguinte, o decreto de homologação foi publicado no Diário Oficial da União. Ele afirma ainda que "a demarcação acalmou as tensões na região, pois havia tensão com os proprietários locais". Uma reportagem do jornal O Globo de abril de 1994 fala que os indígenas chegaram a pegar em enxadas e picaretas para lutar pela demarcação da terra, "acirrando os ânimos de fazendeiros e posseiros da região". Costumes Artesanato produzido pela Aldeia Sapukai Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis Costumes tradicionais, como caça e pesca, precisaram ser revistos. Isso porque a aldeia fica em uma encosta, dificultando a prática das atividades. Para a própria subsistência, os indígenas têm como foco principal a agricultura. "O costume do guarani é plantar de tudo, mas como aqui não é terra boa de plantar, aí diminui muito a plantação. Hoje em dia, plantamos mandioca, batata doce, cana-de-açúcar e algumas 'coisinhas' para subsistência", disse o cacique. Já a principal atividade econômica deles é a venda de artesanato às margens da Rodovia Rio-Santos. Na aldeia, há ainda um local destinado aos cultos religiosos. Esse espaço é chamado de casa de reza, onde segundo o cacique ocorrem as cerimônias culturais, de espiritualidade, canto e dança. Casa de reza da aldeia Sapukai, a maior do estado do Rio de Janeiro Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis Os guaranis da Aldeia Sapukai têm também o coral Nhamandu, formado por adolescentes que levam a cultura indígena para a cidade. O grupo se apresentou no último Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande. Educação No início da década de 1990, a Aldeia Sapukai ganhou uma escola. A unidade foi construída pelos próprios indígenas para ter acesso a uma educação que não acompanhasse os princípios ocidentais e colonizadores. Em 2003, o estado assumiu a administração da escola, que passou a se chamar Colégio Indígena Estadual Karai Kuery Renda. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, a escola possui três salas de aula e uma sede. São oferecidos o ensino fundamental l, ensino fundamental ll e magistério indígena como modalidade de ensino médio.   Ainda de acordo com a pasta, professores da rede estadual de ensino e indígenas contratados fazem parte do corpo docente. Atualmente, a escola possui 223 alunos. O cacique Algemiro afirmou que o desejo deles é de que o estado passe a oferecer o ensino médio geral, já que muitos não querem sair da aldeia para concluir os estudos por conta dos costumes. Ao g1, a Secretaria Estadual de Educação disse que a oferta de Ensino Médio na escola vem sendo analisada. Saúde Unidade Básica de Saúde Indígena Aldeia Sapukai - Cacique Domingos Venite Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis Na aldeia, também há um posto de saúde, conquistado "depois de muito tempo, de muita luta", conta o cacique. Construída em 2022 pela prefeitura, a unidade conta com consultórios, salas de vacinação e curativo, farmácia, entre outras repartições. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O posto ganhou o nome do cacique Domingos Venite, que morreu vítima de Covid-19 em 2020. Segundo o doutor em história, a unidade não afeta os costumes dos indígenas e é bem-vi

Censo do IBGE: Conheça a Aldeia Sapukai, única de Angra dos Reis e maior do estado do RJ

Aldeia fica a cerca de seis quilômetros da BR-101, em uma área montanhosa e cercada por Mata Atlântica. Comunidade é formada por 339 indígenas da tribo guarani, diz Censo do IBGE. Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, tem a maior aldeia indígena do estado: a Sapukai. Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE nesta segunda-feira (7), a comunidade é formada por 339 indígenas da tribo guarani. Crianças da Aldeia Sapukai, a única de Angra dos Reis Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis A aldeia fica localizada a cerca de seis quilômetros da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), no bairro Bracuí, em uma área montanhosa, cercada por Mata Atlântica e que ocupa aproximadamente 2.200 hectares. De acordo com o doutor em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor da disciplina no curso de licenciatura do Colégio Pedro ll, Luís Rafael Araújo Corrêa, o nome "Sapukai", no idioma Guarani M'byá, "significa socorro e está relacionado à preocupação dos indígenas com a ocupação de lugares que eles consideram sagrados". Angra de Paraty concentram maioria dos indígenas na região A chegada dos guaranis em Angra dos Reis tem início na década de 1950 e foi motivada por questões religiosas. "Esta aldeia é em grande parte fruto do processo migratório de indígenas Guarani M'byá, que no Rio de Janeiro tem início na década de 1950. Eles são provenientes do sul do Brasil e associam essa migração à busca da 'Terra sem Mal', que na cultura desta etnia seria o lugar ideal, perfeito, e que se localizaria além do mar", explica Luís Rafael. Criança da Aldeia Sapukai, a maior do estado do RJ Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis Segundo o doutor, a luta pela demarcação das terras da Aldeia Sapukai teve início na década de 1980, sendo conquistada em 1994. No ano seguinte, o decreto de homologação foi publicado no Diário Oficial da União. Ele afirma ainda que "a demarcação acalmou as tensões na região, pois havia tensão com os proprietários locais". Uma reportagem do jornal O Globo de abril de 1994 fala que os indígenas chegaram a pegar em enxadas e picaretas para lutar pela demarcação da terra, "acirrando os ânimos de fazendeiros e posseiros da região". Costumes Artesanato produzido pela Aldeia Sapukai Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis Costumes tradicionais, como caça e pesca, precisaram ser revistos. Isso porque a aldeia fica em uma encosta, dificultando a prática das atividades. Para a própria subsistência, os indígenas têm como foco principal a agricultura. "O costume do guarani é plantar de tudo, mas como aqui não é terra boa de plantar, aí diminui muito a plantação. Hoje em dia, plantamos mandioca, batata doce, cana-de-açúcar e algumas 'coisinhas' para subsistência", disse o cacique. Já a principal atividade econômica deles é a venda de artesanato às margens da Rodovia Rio-Santos. Na aldeia, há ainda um local destinado aos cultos religiosos. Esse espaço é chamado de casa de reza, onde segundo o cacique ocorrem as cerimônias culturais, de espiritualidade, canto e dança. Casa de reza da aldeia Sapukai, a maior do estado do Rio de Janeiro Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis Os guaranis da Aldeia Sapukai têm também o coral Nhamandu, formado por adolescentes que levam a cultura indígena para a cidade. O grupo se apresentou no último Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande. Educação No início da década de 1990, a Aldeia Sapukai ganhou uma escola. A unidade foi construída pelos próprios indígenas para ter acesso a uma educação que não acompanhasse os princípios ocidentais e colonizadores. Em 2003, o estado assumiu a administração da escola, que passou a se chamar Colégio Indígena Estadual Karai Kuery Renda. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, a escola possui três salas de aula e uma sede. São oferecidos o ensino fundamental l, ensino fundamental ll e magistério indígena como modalidade de ensino médio.   Ainda de acordo com a pasta, professores da rede estadual de ensino e indígenas contratados fazem parte do corpo docente. Atualmente, a escola possui 223 alunos. O cacique Algemiro afirmou que o desejo deles é de que o estado passe a oferecer o ensino médio geral, já que muitos não querem sair da aldeia para concluir os estudos por conta dos costumes. Ao g1, a Secretaria Estadual de Educação disse que a oferta de Ensino Médio na escola vem sendo analisada. Saúde Unidade Básica de Saúde Indígena Aldeia Sapukai - Cacique Domingos Venite Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis Na aldeia, também há um posto de saúde, conquistado "depois de muito tempo, de muita luta", conta o cacique. Construída em 2022 pela prefeitura, a unidade conta com consultórios, salas de vacinação e curativo, farmácia, entre outras repartições. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O posto ganhou o nome do cacique Domingos Venite, que morreu vítima de Covid-19 em 2020. Segundo o doutor em história, a unidade não afeta os costumes dos indígenas e é bem-vista por eles, principalmente depois da pandemia. Internet e energia elétrica Em 2006, a energia elétrica chegou à aldeia e proporcionou a conquista de televisões, geladeiras e ventiladores. Um outro avanço foi quanto ao modo de lavar roupas. Hoje em dia, os indígenas contam com torneiras ou mangueiras. Assim, não precisam mais ir a córregos. Depois do posto de saúde, a conquista mais recente foi a instalação de internet, em 2020, por iniciativa e apoio da Eletronuclear O doutor em história ressalta a importância de lembrar que "ser indígena não implica em estar preso a um ideal cultural intransitivo", mas que, "assim como qualquer etnia, eles incorporam novos elementos, releem suas próprias tradições, sem com isso serem "aculturados". Censo de 2022 Mais de 2 mil pessoas (2.080) se declararam indígenas nas 24 cidades das regiões Sul e Costa Verde do Rio de Janeiro, segundo dados do Censo do IBGE divulgados nesta segunda-feira (7). A maior concentração está em Angra dos Reis, com 704 moradores indígenas, sendo 339 na Aldeia Sapukai, a maior do estado do Rio de Janeiro e única na cidade, localizada no Bracuí. Seu território é demarcado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Os demais 365 indígenas identificados no Censo vivem fora das áreas oficialmente demarcadas. Paraty tem um total de 518 habitantes de origem indígena, sendo 200 em terras demarcadas pela Funai: 174 na Aldeia Itaxim Guarani M'Biá, localizada em Paraty-Mirim, e 26 na Aldeia Guarani Araponga, em Rio Pequeno. População indígena no Pará Alex Além das duas aldeias presentes em terras delimitadas, Paraty também tem outras três comunidades indígenas: Araponga, na Forquilha, Pataxó, no Sertão de Taquari, e Arandu Mirim, no Saco do Mamanguá. O número nas duas cidades representa 58,75% do total em toda a região. No entanto, há a presença de pelo menos um morador indígena em todos os municípios da região. A concentração em poucos municípios é uma tendência nacional. Apesar de a maioria das cidades do país ter presença indígena (4,8 mil cidades), há uma concentração muito grande em alguns poucos municípios. As 100 cidades com mais indígenas, por exemplo, concentram mais de 60% da população que se autodeclara desta forma de todo o país. Isso significa que a maior parte das mais de 4,8 mil cidades têm, na verdade, pouquíssimos moradores indígenas. Em 2,1 mil cidades, por exemplo, há 10 moradores que se autodeclaram indígenas ou menos, como em Comendador Levy Gasparian, Paulo de Frontin, Quatis, Rio das Flores e Sapucaia. Em 450 delas, há apenas um indígena, como é o caso de Rio das Flores. Os povos indígenas passaram a ser mapeados pelo IBGE em 1991, com base na autodeclaração no quesito “cor ou raça”. No entanto, a partir do Censo de 2022, o instituto ampliou a metodologia, contando com a participação das próprias lideranças das comunidades no processo de coleta de dados e passando a considerar outras localidades indígenas além das terras oficialmente delimitadas. Proporção em relação ao total da população Números nacionais O Brasil tem 1,7 milhão de pessoas indígenas, o que representa 0,83% da população total do país. Quase 90% das cidades têm moradores indígenas — há pelo menos um em 4.832 dos 5.570 municípios do país. O Censo de 2022 também mostra que: O Norte concentra 45% dos indígenas brasileiros, com grande destaque para o estado do Amazonas – que, sozinho, tem 490,9 mil indígenas, ou 29% do total. O Nordeste vem em seguida, com 31% dos indígenas do país. O destaque da região é a Bahia, o segundo estado com mais indígenas do país – quase 230 mil. A maioria da população indígena (63%) vive fora das 573 terras oficialmente demarcadas pela Funai. Foram contadas 867.919 pessoas indígenas nos municípios da Amazônia Legal, o que representa 51,25% do total da população indígena residente no Brasil. A Amazônia Legal é formada por Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. A Terra Indígena Yanomami (AM/RR) tem o maior número de pessoas indígenas (27.152). O segundo maior número está na Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), com 26.176 habitantes indígenas, seguida pela Terra Indígena Évare I (AM), com 20.177. Veja o mapa e consulte a sua cidade: Quais são as cidades com mais indígenas do país? Das 10 cidades com as maiores populações indígenas do país, cinco estão no Amazonas, como é possível ver no ranking abaixo. O primeiro lugar é ocupado pela capital, Manaus, que tem mais de 71 mil indígenas. Outras três capitais estão no ranking: Salvador, com 27,7 mil indígenas; Boa Vista, com 20,4 mil; e São Paulo, com 19,8 mil. Veja o ranking completo (por quantidade) Manaus (AM): 71.713 indígenas São Gabriel da Cachoeira (AM): 48.256 Tabatinga (AM): 34.497 Salvador (BA): 27.740 São Paulo de Olivença (AM): 26.619 Pesqueira (PE): 22.728 Autazes (AM): 20.442 Boa Vista (RR): 20.410 Tefé (AM): 20.394 São Paulo (SP): 19.777 Veja o ranking completo (por proporção): Considerando a proporção — ou seja, quanto a população indígena representa em relação ao total de habitantes da cidade —, o município de Uiramutã, em Roraima, lidera o ranking nacional. Lá, quase 97% dos moradores se autodeclaram indígenas. Uiramutã (RR): 13.283 indígenas (96,6% da população da cidade) Santa Isabel do Rio Negro (AM): 13.622 (96,2%) São Gabriel da Cachoeira (AM): 48.256 (93,2%) Amaturá (AM): 9.948 (92%) Normandia (RR): 12.144 (88,8%) Marcação (PB): 7.926 (88,1%) Baía da Traição (PB): 7.992 (86,6%) Carnaubeira da Penha (PE): 10.506 (85,8%) São Paulo de Olivença (AM): 26.619 (80,7%) São João das Missões (MG): 10.398 (79,8%) Comparação nas terras delimitadas Segundo a definição do IBGE, as localidades indígenas são formadas pelas terras indígenas oficialmente delimitadas, pelos agrupamentos indígenas e pelas demais áreas de conhecida ou potencial ocupação indígena. A pesquisa mais recente apontou 573 terras indígenas oficialmente delimitadas pela Funai em 2022, dentre elas a Aldeia Sapukai, de Angra dos Reis, e as Aldeias Itaxim Guarani M'Biá e Guarani Araponga, em Paraty. No entanto, a maioria da população indígena (63%) vive fora das áreas oficialmente demarcadas, como as outras três de Paraty: Araponga, na Forquilha, Pataxó, no Sertão de Taquari, e Arandu Mirim, no Saco do Mamanguá. Dentre as 573 terras demarcadas, 501 são diretamente comparáveis com os resultados encontrados no Censo de 2010. A variação populacional nessas áreas foi de 16%, passando de 511.630 pessoas, em 2010, para 593.560 em 2022. Amazônia Legal Malocas de Yanomamis na região do Surucucu, dentro da Terra Indígena Yanomami, Oeste de Roraima. Fernando Frazão/Agência Brasil A região Norte do país concentra 45% dos indígenas brasileiros, com grande destaque para o estado do Amazonas – que, sozinho, tem 490,9 mil indígenas, ou 29% do total. O municípios que formam a Amazônia Legal concentram 51,25% do total da população indígena do Brasil. Foram contadas 867.919 pessoas indígenas, o que representa 3,26% da população total residente na região. A presença da população indígena residente na Amazônia Legal nos territórios oficialmente delimitados é superior ao quadro nacional: enquanto na Amazônia Legal 46,47% da população indígena reside em terras indígenas, para o conjunto do país, esse percentual é de 36,73%. A Amazônia Legal é formada por Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. Homens yanomami em Surucucu, na Terra Indígena Yanomami, em foto de fevereiro de 2023. Fernando Frazão/Agência Brasil Siga o g1 no Instagram | Receba as notícias no WhatsApp VÍDEOS: as notícias que foram ao ar na TV Rio Sul